A assessoria de imprensa da Santa Casa de Chavantes (que administra o SAMU em Marília), encaminhou Nota ao JORNAL DO POVO se manifestando sobre uma matéria relacionada ao atropelamento de um ciclista na região de central de Marília.
O acidente aconteceu na noite da sexta-feira (23) - veja abaixo - e foi relatado pelo vereador Luiz Eduardo Nardi na sessão camarária da segunda-feira (26). Nardi conduzida o veículo envolvido no caso e relatou atraso do SAMU no atendimento à vítima. "Chama esse SAMU, chama esse SAMU....Que SAMU nada! Não apareceu ninguém, mais de quarenta, cinquenta minutos esperando... Não atendeu, não foi!", lembrou Nardi.
Na Nota enviada ao JP, a assessoria da Santa Casa de Chavantes informou que "o médico regulador do SAMU (em Marília) avaliou a situação e, diante das circunstâncias, acionou o Corpo de Bombeiros para realizar o atendimento".
ÍNTEGRA DA NOTA
"O Grupo Chavantes, responsável pela gestão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Marília, informa que, no dia 21 de maio, foi acionado para atender uma vítima de atropelamento em um acidente envolvendo carro e bicicleta.
Conforme previsto nos protocolos da Rede de Urgência e Emergência, o médico regulador do SAMU avaliou a situação e, diante das circunstâncias, acionou o Corpo de Bombeiros para realizar o atendimento. A solicitação foi feita pelo SAMU às 18h48, e a vítima recebeu assistência entre 19h05 e 19h10.
Ressaltamos que o SAMU é responsável pela regulação dos atendimentos de urgência e emergência e, dentro da lógica de integração dos serviços, pode direcionar as ocorrências a outras equipes da rede, como o Corpo de Bombeiros, que atuam de forma complementar para garantir agilidade e eficiência no socorro às vítimas.
O atendimento foi realizado dentro dos parâmetros de tempo e segurança estabelecidos. Reafirmamos que o SAMU atua com responsabilidade e compromisso com a vida, sempre buscando oferecer o melhor suporte à população".
"QUE SAMU, NADA!"
O vereador Luiz Nardi atropelou um ciclista adolescente na noite da sexta-feira (23). Ele conduzia um veículo pela Rua Álvares Cabral, quando ao fazer uma conversão à direita no cruzamento com a Rua Benjamin Constant, acabou colidindo com o ciclista. "Eu vi o menino voando", relatou Nardi.
O adolescente sofreu corte na cabeça e escoriações. "Mas já está tudo bem, graças a Deus",
O detalhe é que o SAMU foi acionado para socorrer o ciclista, mas não compareceu. "Chama esse SAMU, chama esse SAMU....Que SAMU nada! Não apareceu ninguém, mais de quarenta, cinquenta minutos esperando... Não atendeu, não foi!", lembrou Nardi.
Ele afirmou que pessoas que auxiliaram no local acionaram o Resgate do Corpo de Bombeiros. "Esse serviço sim funcionou e socorreu o jovem para o P.A Sul", resumiu o parlamentar.
Ele lamentou o episódio e lembrou que o SAMU "ao longo dos anos foi tido como uma instituição absolutamente respeitada, com credibilidade".
NARDI ALERTOU SOBRE O "DESMONTE DO SAMU", EM 2022
Durante o processo de licitação para terceirização do SAMU pela gestão do prefeito Daniel Alonso (PL), em 2022, o vereador Nardi já alertava sobre um possível desmonte do órgão.
O SAMU de Marília foi terceirizado para a Santa Casa de Chavantes (cidade com cerca de 12 mil habitantes a 110 quilômetros de Marília). O custo da fatídica terceirização (suspensa duas vezes pelo Tribunal de Contas do Estado - TCE) é de quase R$ 9 milhões por ano.
"O que nos preocupa demasiadamente é que a Prefeitura pretende terceirizar até o SAMU. Um absurdo, considerando-se que os profissionais deste Serviço são capacitados, têm cursos especializados, jornada de trabalho diferenciada e muitos atuando há cerca de quinze anos no setor. De repente, surge esse risco de terceirização e a população pode ser extremamente prejudicada, caso isso aconteça, com a perda desse ótimo atendimento do SAMU em nossa cidade", alerta o vereador, em 2022.
"Há um sério risco de desmonte desse setor da saúde pública em Marília. A Prefeitura está indo na contramão do sistema eficiente. Estamos nos manifestando para que isto não aconteça. A atenção primária da saúde, porta de entrada de urgência e emergência, têm que ser administrada pelo Município", afirmou Nardi.
"Não sei da cabeça de quem saiu essa inciativa de terceirizar o SAMU. Proposta temerária e de alto risco para a gestão da Saúde. Temos que nos unir no sentido der evitar esses desmonte", alertou o vereador, na época.
NOVAS AMBULÂNCIAS E PEDIDO DE RESCISÃO DO CONTRATO
Recentemente, o prefeito Vinicius Camarinha (PSDB) fez a entrega de quatro novas ambulâncias para o SAMU. Mas, conforme fatos e relatos de usuários, o problema não está na logística e sim na gestão do Serviço.
O Conselho Municipal da Saúde (Comus) também apontou a baixa qualidade dos serviços já recomendou ao prefeito a rescisão do contrato de terceirização do SAMU. "O serviço prestado não está satisfatório e o contrato não tem sido cumprido", explanou o Comus em documento encaminhado ao chefe do Executivo em fevereiro deste ano.