Para colocar fim à onda de boatos sobre quem vai (ser candidato a prefeito), quem não vai. Com essa justificativa, entre outras, o deputado estadual Vinícius Camarinha (PSDB) anunciou em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (22), sua pré-candidatura a prefeito de Marília nas eleições deste ano.
"Obedeço o povo, que é o meu patrão", afirmou. Vinicius disse que "ouviu o apelo das ruas, não pode se acovardar, cruzar os braços" e tomou esta decisão. "Para mim seria muito cômodo continuar em São Paulo, mas não posso me acovardar nesse momento em que a nossa cidade sofre com o pior governo de sua história. Eu seria ingrato se não atendesse esse chamado".
POLÊMICAS COM O PAI, ABELARDO
Sobre as polêmicas envolvendo seu pai, o ex-prefeito Abelardo Camarinha (Podemos), que lançou a pré-candidatura de sua esposa, Fabiana Camarinha, o deputado disse que "não perderá tempo com picuinha e politicagem. Minha guerra é contra o abandono da cidade, o caos na saúde e outros graves problemas, não contra pessoas".
Ressaltou que caso seu pai pudesse ser candidato (Abelardo está com os direitos políticos suspensos), ele (o pai) seria o candidato do grupo. "Meu pai é um grande líder e tem muita sabedoria".
E acrescentou: "Mas não podemos cair em aventuras, correr risco", acrescentou Vinicius, referindo-se às eleições municipais de 2020, quando Abelardo foi impugnado na reta final da campanha.
ERROS DA GESTÃO
Sobre sua gestão na Prefeitura (2013/2016), Vinicius disse que o maior erro foi "delegar poderes" à pessoas que não corresponderam às suas expectativas. "E esse erro eu não vou cometer novamente".
Afirmou que suas propostas na época, como privatização do Daem (que chegou a ser aprovada pela Câmara) e instalação de radares e lombadas eletrônicas eram "muito diferentes" das mesmas ações implantadas no atual governo de Daniel Alonso.
Disse que no caso do Daem "a cidade seria a maior beneficiada e não as empresas concessionárias". No caso dos radares, afirmou "que não haveria pegadinhas para incrementar multas". Vinicius disse que, caso eleito, vai revisar essas duas questões.
"SEI AS PORTAS QUE DEVO BATER"
Sobre o Ipremm, Vinicius disse que pretende "administrar a dívida existente" e vai buscar apoio junto ao Ministério da Previdência Social.
Em relação aos servidores públicos municipais, que fizeram uma longa greve em seu governo, reconheceu que faltou habilidade nas negociações ("esse foi em erro meu") e lançou um desafio: provar que os índices de reajustes concedidos aos servidores em seu governo não foram maiores que os da atual gestão.
Falou sobre seu relacionamento com o governador Tarcísio de Freitas e políticos em geral. "Conheço todos eles. Sei as portas que devo bater e vou buscar recursos". Lembrou de seu relacionamento de 20 anos com o então governador Geraldo Alckmin. "É por aí que vamos buscar recursos no Governo Federal".
Vinicius afirmou que assumiu a Prefeitura em 2013 com uma dívida de cerca de R$ 200 milhões em 2016 com uma dívida de R$ 160 milhões. "Nesta gestão temos uma tragédia anunciada com mais de R$ 1,5 bilhão em dívidas, sem obras e o dinheiro sumiu".
O deputado disse estar experiente e confiante ("não vamos errar mais") para assumir a Prefeitura novamente. "Quem sentar na cadeira de prefeito no dia 1° de janeiro de 2025 não terá tempo para aprendizado e terá que trabalhar 36 horas por dia", afirmou.
Sobre os desafios, disse que gosta da frase do Hino Nacional que diz: verás que um filho teu não foge à luta.
Sobre a vaga de vice em sua chapa, Vinicius disse que não há nada definido, "O vice nasce naturalmente".
Recentemente, Vinícius postou um vídeo em suas redes sociais cobrando os vereadores sobre a votação da abertura de Comissão Processante (CP) contra a atual gestão em relação à licitação dos radares. A CP foi rejeitada e ele criticou vereadores que votaram nesse sentido.
Ao ser indagado sobre a possibilidade desses vereadores estarem em sua chapa na campanha, resumiu: "estará ao meu lado quem estiver do lado do povo".
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