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EXCLUSIVO: Exame de DNA revela que o cantor Matogrosso não é o pai de Maria Paula


O cantor Matogrosso, da dupla com Mathias, esteve em Marília no último dia 24 de abril para coletar sangue num laboratório particular. A amostra serviu para exame de DNA sobre comprovação ou não de que ele seria o pai da mariliense Maria Paulo Merloto Camacho, de 43 anos. Em 2015, ela entrou com ação judicial no Fórum de Marília alegando ser filha do artista. A ação transcorreu por dois anos, com Matogrosso sempre resistindo em fazer o DNA, que foi determinado por ordem judicial, sob risco de prisão, já que ele havia se ausentado em outras datas para este fim. No dia da coleta de sangue, o cantor falou pela primeira vez à imprensa e negou ser o pai da moça. "As datas não batem", justificou. Procurado diversas vezes pelo Jornal do Povo, o cantor nunca retornou os contatos, nem através de sua assessoria. O resultado do exame, já protocolado no Fórum de Marília com o resultado negativo, encerra a polêmica de dois anos em torno do assunto, divulgado com exclusividade pelo JP em abril de 2015. A HISTÓRIA Maria Paula foi criada com a mãe e o padastro em Marília. Matogrosso (paulista de Vista Alegre do Alto) iniciou a carreira artística em Marília, na década de 70 e atualmente mora em Alphaville (condomínio de alto padrão e reduto de artistas famosos) em Barueri (SP). Uma das grandes dificuldades da defesa da suposta filha vinha sendo a citação do cantor nas fases processuais, principalmente para a realização desse exame, que chegou a ser designado pela Justiça para acontecer no Imesc (Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo), no final do ano passado, após o cantor ter se recusado a fazer o DNA num laboratório particular, aqui em Marília. Amigos de Maria Paula conseguiram juntar dinheiro para pagar o exame. A defesa dela vem sendo feita pelo advogado Maurício Maldonado Gonzaga. O CASO Maria Paula Merloto, 43 anos, morou até 2016 numa casa humilde no Bairro Nova Marília III, extremo da zona sul de Marília. Dividia o espaço com o marido e dois dos três filhos (um rapaz de 21 anos e outro de 10), além de um neto de 1,4 ano. Ela e o marido trabalhavam como flanelinhas (guardadores de carros nos arredores de uma igreja no Bairro Fragata). Isso quando ele pode, pois tem problemas de saúde. Com a renda desses bicos e outros que o marido faz de jardinagem, a renda familiar mensal gira em torno de R$ 800. O velho Fusca da família está parado na frente da casa aguardando consertos. Atualmente, a família reside no Guarujá (SP) onde vivem da pesca. DE POBRE, EM MARÍLIA, A MILIONÁRIO Matogrosso e Mathias é uma dupla sertaneja que surgiu nos anos 70 e já vendeu cerca de 10 milhões de discos. Matogrosso se separou do parceiro há alguns anos, comprou os direitos da marca e colocou um sobrinho como o “novo” Mathias. Foi no início da década de 70 que João Batista Bernardo morou em Marília, onde buscava oportunidades como cantor. Pobre, ele morou de favor no Distrito de Dirceu. Perambulando pelas emissoras de rádio da cidade (tinha um “vozerão”), conheceu a doméstica Márcia Borges de Oliveira, que trabalhava na Rádio Clube de Marília. João Batista teve um romance com Márcia e foi inclusive morar na casa da mãe dela. Desse relacionamento nasceu Maria Paula, em 26 de julho de 1973. Durante a gravidez, o cantor mudou-se para São Paulo, onde iniciaria a carreira artística. Pressionada pela família e pelos costumes da sociedade àquela época (quando mães solteiras eram bastante discriminadas), Márcia também foi embora para São Paulo, onde casou-se com um homem que decidiu registrar a menina em seu nome. BRIGAS Paula, como é chamada hoje, recebeu a reportagem do JORNAL DO POVO em sua casa, onde narrou essa história. Ela diz que Matogrosso nunca foi à casa de sua mãe, quando moravam em São Paulo. “Ele também casou e formou uma família com esposa e três filhos. Ele não ia em casa porque minha mãe também tinha se casado”, lembra. Paula diz que a medida em que seu pai biológico ia fazendo sucesso, seu padrasto aumentava as brigas com sua mãe. “Cada vez que tocava uma música da dupla Matogrosso e Mathias no rádio em casa, ou aparecia a dupla na televisão, começavam as brigas e o meu padrasto, que era muito ciumento, ficava com raiva de mim. Tive até que ir morar um tempo na casa da minha avó”, contou. Quanto aos seus contatos com Matogrosso, ela lembra que a mãe a levava quando criança, em alguns shows da dupla, em São Paulo. “Aí, eu ficava conversando com ele, que perguntava dos meus amiguinhos, da escola e coisas de crianças”. Paula lembra que no seu aniversário de 10 anos, sua mãe a levou a um show da dupla. “Naquele dia, ele anunciou que cantaria uma música para uma pessoa especial que estava alí e me colocou em cima do palco. Eu achava muito divertido, mas a minha mãe não falava que ele era o meu verdadeiro pai”, diz Paula. Ela lembra que a mãe também a levava muito no Café dos Artistas (famoso bar na região central de São Paulo), onde conversava com Matogrosso. Conta que na adolescência já desconfiava que não era filha legítima do então padrasto. “Além de me tratar mal e com bastante diferença em relação à minha irmã, que era tratada por ele com carinho, havia muitas diferenças de fisionomia”, falou Paula. A VERDADE Paula só soube que do envolvimento do cantor em 1991, quando sua mãe estava bastante debilitada por uma pneumonia e às vésperas de morrer, num leito do Hospital das Clínicas de Marília, relatou a história à ela. “Fiquei surpresa por ser ele”. Ela diz que em meados de 2013 anos resolveu procurar por Matogrosso no escritório dele, em São Paulo. “Fui atendida pela filha dele, Paloma. Contei o caso e ela perguntou de forma áspera: o você quer é dinheiro?”. Eu respondi que queria tudo o que seria direito meu. Saí de lá e resolvi procurar pela Justiça. “Também quero o sobrenome dele na minha identidade”.

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