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  • Da redação

Hoje é o Dia dos Bancários. "Não temos o que comemorar", diz presidente do Sindicato


Geofredo Borges, presidente do Sindicato dos Bancários de Marília e região

Hoje, 28 de agosto, é "comemorado" o Dia dos Bancários. "Infelizmente, não temos o que comemorar nesta data, pois a categoria está sendo massacrada pelas demissões no setor, avanço da tecnologia que elimina cada vez mais postos de trabalho e os constantes casos de assédio moral, onde os chefes e gerentes pressionam os funcionários para fechar contratos e bater metas mensais", disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Marília, Geofredo Borges da Rocha, entrevista ao JP.

A questão salarial já está definida desde o ano passado, quando foi fechado um acordo com base no INPC e 1% de aumento real. A data-base da categoria. Quanto ao assédio moral, Geofredo disse que não tem como acabar. "Vem de dima. Muitos gerentes ainda t~em essa nociva prática".

Ele ressaltou a dificuldade dos funcionários em assumir a autoria das denúncias nesse sentido. "Sem a identificação, fica mais complicado para investigarmos cada caso, mas quando há comprovações, o Sindicato age firme, até porque as penalidades para os bancos são graves e os dirigentes sabem disso". O sindicalista explicou que, em muitos casos, há uma conversa com os praticantes desses assédios morais e orientações quanto as consequências do ato. "Caso não revolva, partimos para o processo formal".

Sobre o avanço da tecnologia, Geofredo disse que isto tende a avançar cada vez mais. "Tem o lado bom, evidente, mas o efeito nefasto é a retirada de postos de trabalho. Os principais bancos do país estão investindo cada vez mais nesse sistema, para afastar os clientes das agências. E a tendência é essa, principalmente com a dinâmica dos aplicativos em celulares, que atrai o público mais jovem".

No ano passado, houve quase 30 mil demissões de bancários no país. Até junho deste ano, foram cerca de 10 mil demissões. "Os planos de demissões voluntárias (PDVs) em alguns bancos, como do Bradesco e da Caixa Federal, estão alcançando em média 50% das metas e isto,aliado ao fechamento de dezenas de agências bancárias, também é um canal de esvaziamento dos recursos humanos nas agências", observou.

O Sindicato dos Bancários em Marília, engloba outros 18 municípios da região, com cerca de mil associados, dos quais, cerca de 400 atuam em Marília. A entidade completou este mês 74 anos de fundação,, sendo a 3ª criada no Estado, depois somente o Sindicato dos Bancários de São Paulo e o Sindicato dos Bancários de Santos.

HISTÓRIA

O sindicato de Marília também é um dos fundadores da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (19/10/1956). A história do Sindicato foi truncada em 1964, em virtude do golpe militar, que forçou o presidente da época, Alair Boarin (Banco do Brasil) a renunciar ao cargo.

Em 1969, oito bancários do Banco do Brasil, reabriram o sindicato, apesar das fortes restrições e perseguições daquele momento, tentando sindicalizar os bancários de bancos públicos. Nesse clima, elegeram o funcionário do Banco do Brasil Newton Payot Sabaraense, que permaneceu no sindicato até 1971, quando foi promovido e transferido para Brasília. Assumiu o cargo de presidente do sindicato Walter Antônio Righetti, sendo o 1º presidente de banco privado, após a revolução de 1964. Nesta gestão, foi adquirida a sede da Rua São Luiz nº 1571.

Com a aposentadoria de Righetti, em 1978, assumiu Manoel Dias Lopes, que permaneceu até 1983. Em seu mandato foi adquirido o prédio anexo ao da Rua São Luiz, 1581, instalando o novo consultório odontológico e a instalação da sub-sede Ourinhos.

Em 1984 assumiu Pedro Magalhães, que construiu o salão de festas da Rua Taquaritinga, 91, instalou a sub-sede de Garça e implantou um sistema de visita aos locais de trabalho com reuniões periódicas, falando principalmente da importância da sindicalização da categoria, conseguindo desta maneira o maior índice de sindicalização do país – 98,20%. Ainda no seu mandato foi realizada em 10 e 11 de setembro de 1985, em pleno regime militar a maior greve dos bancários, que quebrou a intransigência dos banqueiros e o resultado foi a conquista do maior reajuste salarial dos últimos tempos.

Em 1987 assumiu Wanderley Martins Mendes, o Wando, que demoliu o antigo prédio e construiu a nova sede na Rua São Luiz, 1571, e no seu mandato foi realizada até então a mais extensa greve dos bancários, quando os bancos não funcionaram por 15 dias, em 1987. Wando foi reeleito para os mandatos 1988/1990 e 1991/1993.

Em 1994, assumiu Sidney Minali que adquiriu uma área de 8.000 mts² na Vila Romana para a construção de um Centro Recreativo, adquirindo também uma área para construção de residências financiadas para os bancários. Nesse período, o sindicato também recebeu a doação de um terreno de 9.992,04 mts² para a construção da sub-sede e área de lazer para os bancários de Ourinhos e Região.

Em 2002, assumiu Jair Cândido da Silva, que modernizou a estrutura do sindicato, investindo na luta pela defesa das conquistas da categoria e no bem-estar da classe. Em 2006 assumiu Edilson Aparecido da Silva Julian o qual foi reeleito para o mandato de 2010/2013. Nos períodos de sua gestão foi efetuado convênio com a FGV - Fundação Getúlio Vargas para o curso de MBA - Administração Financeira para qualificação dos bancários. Em 2014 assumiu o atual presidente, Geofredo Borges da Rocha.

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