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Acusado de extorsão contra filho de mandante de homicídio segue preso. Veja detalhes do flagrante

Por Adilson de Lucca

Delegado titular da DIG, dr. Luis Marcelo Perpétuo Sampaio, comandou ação policial que resultou na prisão de acusado de extorsão, na sexta-feira passada


EXCLUSIVO

A Justiça manteve em audiência de custódia realizada no sábado (2), a prisão do empresário (dono de uma construtora de pequeno porte), C.A.R, de 40 anos, preso em flagrante pouco depois das 17h da sexta-feira (1°), acusado de exigir R$ 120 mil de Felipe Gaspar, de 40 anos, filho do agropecuarista Ralf Tadeu Inforzato Gaspar, de 62 anos, preso e apontado como mandante de um assassinato que resultou na execução por engano (segundo o autor dos disparos) do vendedor Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, o Wal, de 40 anos (veja abaixo).

O acusado de extorsão, conforme inquérito instaurado pelo Ministério Público Estadual e atuação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Marília (que efetivou o flagrante), estava exigindo o dinheiro para dar assistência à esposa de Anderson Ricardo Lopes, o “Ricardinho Kong” (preso e réu confesso do assassinato de Val) e em troca ela (que reside no Estado do Paraná) convenceria o marido a mudar versão em depoimento a ser prestado na Justiça, negando que Ralf seria o mandante do crime de homicídio.

Há uma versão que Ralf teria acertado a contratação diretamente com Ricardinho. Outra, que consta em denúncia no Ministério Público sobre o crime, aponta a participação de um intermediário (também denunciado e com identidade protegida) entre ambos.

JOGOU DINHEIRO PARA CIMA E COLETE À PROVA DE BALAS

Ao ser comunicado do caso de extorsão em andamento, na quinta-feira (31), o delegado titular da DIG, dr. Luis Marcelo Perpétuo Sampaio, preparou uma equipe de policiais para o flagrante, no dia seguinte.

"Como o acusado tinha antecedentes envolvendo armas, formamos uma equipe bem experiente para ação", justificou o delegado, em entrevista ao JORNAL DO POVO.

O horário combinado pela vítima para entrega de R$ 10 mil (já que o valor exigido pelo acusado foi parcelado durante as conversações, chegou à "entrada" de R$ 20 mil e depois baixou para R$ 10 mil) foi às 17h da sexta-feira, na casa de Felipe, em bairro de classe alta na zona leste de Marília.

O acusado havia sugerido a entrega do dinheiro em um supermercado. "Mas entendemos que um lugar aberto seria de risco para a ação policial", disse o delegado.

Pouco antes das 17h, a equipe seguiu para o endereço combinado entre as partes envolvidas. Quatro policiais entraram na casa e o delegado, com outros agentes, ficou nas imediações do imóvel, averiguando eventual participação de outras pessoas.

Pontualmente as 17h, o acusado apertou o interfone e teve a entrada autorizada pela vítima, que usou um colete à prova de balas cedido pela polícia.

Após breve diálogo, no qual o acusado reiterou que aquela forma (pagamento do valor exigido) seria o único jeito do pai da vítima sair da cadeia, houve a entrega do pacote com o dinheiro.

Nesse momento os quatro policiais entraram em ação e deram voz de prisão ao acusado. A única reação dele foi jogar o dinheiro para o alto. "Foi uma ação muito rápida e enérgica dos agentes, com o acusado dominado e algemado", disse o delegado.

Conduzido ao Plantão Policial, o acusado negou a extorsão e disse que o dinheiro seria para pagamento de serviços mecânicos realizados para a vítima. "Essa versão está fora do contexto diante das provas e elementos coletados pelo Ministério Público durante as averiguações", afirmou o delegado. Um aparelho celular do acusado foi apreendido. "Observamos de pronto várias mensagens apagadas, mas o aparelho passará por perícia", explicou o dr. Luis Marcelo.

C.A.R tem como advogado Santiago Martins Simão, cujo pai, o advogado João Simão Neto, foi admitido como assistente de acusação no caso do homicídio de Walter Marcondelli Júnior.

INQUÉRITO POLICIAL

O inquérito policial sobre o caso de extorsão deve ser concluído e relatado pelo delegado até a próxima segunda-feira (11). Ele poderia solicitar prorrogação por mais dez dias. "Mas vou concluir até segunda-feira e aguardar a chegada de laudos de perícias técnicas", explicou.

Prints de conversas atribuídas aos envolvidos pela investigação

O CRIME DE EXECUÇÃO

Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, o Wal

Wal foi alvejado por ao menos cinco disparos no início da manhã do dia 7 de dezembro do ano passado, em frente um estacionamento de veículos localizado próximo ao Hospital das Clínicas, no Bairro Fragata, em Marília. O autor foi um homem ocupando uma motocicleta com baú de entregas. Vídeo que flagrou a ação mostrou que Walter estava na calçada, falando ao celular, quando um rapaz usando uma motocicleta com uma mochila tipo baú de entregas se aproxima e para.

O ocupante da moto saca um revólver e inicia os disparos. Wal, que nem percebeu a chegada da moto, reage ao ser atingido e tenta sair da mira do assassino. Ele corre e cai na calçada. Alguns metros adiante, se rasteja para se proteger entre alguns veículos, mas o assassino desce na moto (que cai apoiada em um carro), vai até a vítima e faz mais disparos.

No total, foram cinco tiros. Wal morreu no local. Em seguida, o autor dos tiros volta para motocicleta e na movimentação para fugir, deixa cair o revólver calibre 38, que foi recolhido pela Polícia Científica. Há informações que Walter, ao perceber os disparos, gritou "não sou eu!".

Investigações da DIG, sob o comando do delegado titular, dr. Luis Marcelo Perpétuo Sampaio, apontaram Anderson Ricardo Lopes, o "Ricardinho Kong", como autor do crime.

O agropecuarista Ralf Inforzato foi denunciado pelo MP como mandante.

COMPANHEIRA DE WAL NÃO FOI DENUNCIADA

A companheira de Wal, também foi investigada em inquérito pela Polícia Civil. Isso porque foram encontrados cerca de R$ 450 mil na conta bancária dela. No curso das investigações, comprovou-se que o dinheiro era proveniente de uma seguro que ela havia recebido.

Sobre o morte do companheiro, de quem havia se separado e voltado pouco tempo antes do crime, ela disse que o mesmo era bem reservado em seus negócios e não fazia ideia do que poderia ter acontecido.

A PRISÃO DE RICARDINHO NO PARANÁ


Ricardinho foi preso em Maringá (PR)

O ex-presidiário Anderson Ricardo Lopes, o Ricardinho, de 42 anos, foi preso em Maringá (PR), conforme divulgado com exclusividade pelo JORNAL DO POVO. Ele foi ouvido no dia 29 de maio pelo delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Luis Marcelo Perpétuo Sampaio, após ter sido preso em Maringá (PR).

A oitiva foi em Maringá (PR), onde Ricardinho foi preso por policiais na tarde da sexta-feira (26) na Vila Iguatemy. Havia suspeita de furto, mas não houve registro nesse sentido.

Ricardinho tinha prisão decretada após a Polícia Civil o apontar como autor do homicídio do vendedor Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, o Wal, de 40 anos. O crime ocorreu na manhã do dia 7 de dezembro do ano passado, em frente um estacionamento no Bairro Fragata, em Marília.

Ricardinho sendo conduzido na CPJ, em Marília

ALVO ERRADO

"O Ricardinho a princípio negou envolvimento no crime, mas depois acabou confessando e disse que o alvo era outro. Ele achou que o Wal era a pessoa que ele queria acertar", disse o delegado Luis Marcelo. "Ele também disse que estava sob efeito de drogas e em dias anteriores já havia passado pelo local do crime. Negou ter cometido o crime por encomenda". Não foi divulgado o nome da pessoa que seria o alvo do acusado. O JP apurou que seria um comerciante de veículos que atua nas imediações do local onde ocorreu o crime e tinha semelhanças físicas com Wal. Ele teria se envolvido em desavenças com Felipe, filho do agropecuarista Ralf Inforzato, que teria mandado "dar um corretivo" nele.

O delegado disse que a motocicleta usada por Ricardinho no dia do homicídio era "do corre" no Parque das Azaleias.

O depoimento de Ricardinho em Maringá durou cerca de quatro horas. Ele foi trazido para Marília pela equipe da DIG e na noite de ontem voltou a ser ouvido na CPJ até as 23h.

Na manhã desta terça-feira (30), o acusado prestou declarações formalizadas na DIG.

O delegado disse ao JORNAL DO POVO que Ricardinho foi identificado em investigações como autor do homicídio cerca de 20 dias após o crime. "Ele estaria escondido no Parque das Azaleias, onde fizemos várias buscas. Também percorremos endereços onde ele poderia estar aqui em Marília, inclusive uma casa sem água e luz na Vila Real, zona sul, mas não o encontramos", afirmou.

Nas buscas, o delegado obteve informações que Ricardinho estaria em um bairro em Maringá e repassou as informações para policiais daquela cidade.

Quando a equipe policial de Maringá abordou Ricardinho, na sexta-feira, já sabia que havia um mandado de prisão contra ele em Marília. "O Ricardinho se mostrou surpreso no ato da prisão, negou envolvimento em crimes em Marília e disse aos policiais que estava trabalhando de servente de pedreiro em Maringá", contou o delegado da DIG.











A PRISÃO DE RICARDINHO NO PARANÁ




Ricardinho foi preso em Maringá (PR)


O ex-presidiário Anderson Ricardo Lopes, o Ricardinho, de 42 anos, foi preso em Maringá (PR), conforme divulgado com exclusividade pelo JORNAL DO POVO. Ele foi ouvido no dia 29 de maio pelo delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Luis Marcelo Perpétuo Sampaio, após ter sido preso em Maringá (PR).


A oitiva foi em Maringá (PR), onde Ricardinho foi preso por policiais na tarde da sexta-feira (26) na Vila Iguatemy. Havia suspeita de furto, mas não houve registro nesse sentido.


Ricardinho tinha prisão decretada após a Polícia Civil o apontar como autor do homicídio do vendedor Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, o Wal, de 40 anos. O crime ocorreu na manhã do dia 7 de dezembro do ano passado, em frente um estacionamento no Bairro Fragata, em Marília.


ALVO ERRADO


"O Ricardinho a princípio negou envolvimento no crime, mas depois acabou confessando e disse que o alvo era outro. Ele achou que o Wal era a pessoa que ele queria acertar", disse o delegado Luis Marcelo. "Ele também disse que estava sob efeito de drogas e em dias anteriores já havia passado pelo local do crime. Negou ter cometido o crime por encomenda". Não foi divulgado o nome da pessoa que seria o alvo do acusado.


O delegado disse que a motocicleta usada por Ricardinho no dia do homicídio era "do corre" no Parque das Azaleias.


O depoimento de Ricardinho em Maringá durou cerca de quatro horas. Ele foi trazido para Marília pela equipe da DIG e na noite de ontem voltou a ser ouvido na CPJ até as 23h.


Na manhã desta terça-feira (30), o acusado prestou declarações formalizadas na DIG.


O delegado disse ao JORNAL DO POVO que Ricardinho foi identificado em investigações como autor do homicídio cerca de 20 dias após o crime. "Ele estaria escondido no Parque das Azaleias, onde fizemos várias buscas. Também percorremos endereços onde ele poderia estar aqui em Marília, inclusive uma casa sem água e luz na Vila Real, zona sul, mas não o encontramos", afirmou.


Nas buscas, o delegado obteve informações que Ricardinho estaria em um bairro em Maringá e repassou as informações para policiais daquela cidade.


Quando a equipe policial de Maringá abordou Ricardinho, na sexta-feira, já sabia que havia um mandado de prisão contra ele em Marília. "O Ricardinho se mostrou surpreso no ato da prisão, negou envolvimento em crimes em Marília e disse aos policiais que estava trabalhando de servente de pedreiro em Maringá", contou o delegado da DIG.


A EXECUÇÃO DE WAL




Wal foi alvejado por ao menos cinco disparos por um homem ocupando uma motocicleta com baú de entregas. Vídeo que flagrou a ação mostrou que Walter, está na calçada, falando ao celular, quando um rapaz usando uma motocicleta com uma mochila tipo baú de entregas se aproxima e para. O ocupante da moto saca um revólver e inicia os disparos. Walter, que nem percebeu a chegada da moto, reage ao ser atingido e tenta sair da mira do assassino. Ele corre e cai na calçada. Alguns metros adiante, se rasteja para se proteger entre alguns veículos, mas o assassino desce na moto (que cai apoiada em um carro), vai até Walter e faz mais disparos. No total, foram cinco tiros. A vítima morreu no local. Em seguida, o autor dos tiros volta para motocicleta e na movimentação para fugir, deixa cair o revólver calibre 38, que foi recolhido pela Polícia Científica. Há informações que Walter, ao perceber os disparos, gritou "não sou eu!".



Segundo informações do delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Marília, Luís Marcelo Perpétuo Sampaio, ao Jornal da Manhã, o empresário (que não teve a identidade divulgada) manteve contato com a vítima por aplicativo de mensagem e afirmou que o dinheiro seria destinado a espos



a de “Ricardinho”, para que ela convencesse a mudança da versão no depoimento a ser prestado na Justiça. Ele se comprometeria a isentar o pecuarista da acusação de mandante do crime. “Ele disse para o filho do indiciado que essa era a única solução, pois senão o pai iria apodrecer na cadeia. Que após o pagamento, a esposa de Ricardinho faria uma visita na penitenciária e o convenceria a mudar o depoimento e isentá-lo que de qualquer participação no crime”, afirmou. A vítima comunicou a extorsão aos advogados. As conversas por aplicativo e áudios foram registradas em um documento em cartório. “Foi tudo degravado e transcrito em uma ata. O Ministério Público e a DIG também foram comunicados da extorsão”, disse o delegado. A vítima combinou de fazer a entrega do dinheiro para o empresário no final da tarde de sexta-feira em sua residência num condomínio na zona Leste de Marília. “Assim que ele recebeu os R$ 10 mil que a vítima tinha conseguido levantar, fizemos a prisão em flagrante. Ele negou o crime alegando que os valores eram para pagamento de um serviço de mecânica, mas as provas indicam o contrário”, finalizou. O empresário foi indiciado em flagrante pelo crime de extorsão e encaminhado para audiência de custódia na Justiça. A pena pode chegar até dez anos de prisão em regime fechado.

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