
Dema, líder dos camelôs, disse que defesa pediu mais prazo à Rumo
Audiência no Fórum da Justiça Federal na manhã desta quinta-feira (1°) entre a Rumo Malha Paulista e representantes de cerca de 150 camelôs que ocupam uma área às margens da ferrovia, na área central de Marília, terminou sem acordo.
A proposta da Rumo era que os trabalhadores desocupassem o terreno até fevereiro do próximo ano. Eles não aceitaram, como já haviam decidido em audiência anterior, há quinze dias.
Desta forma, a decisão fica a cargo do juiz Fernando David Fonseca Gonçalves, que despachou os autos como conclusos para sentença. Ou seja, a qualquer momento ele poderá emitir a sentença.
"Mantivemos na audiência de hoje o que já havia sido decidido em assembleia com os camelôs antes da primeira audiência. Vamos aguardar a decisão judicial", disse Ademar Aparecido de Jesus, o Dema, líder dos camelôs, ao JORNAL DO POVO.
Ele explicou que o advogado que os representa já protocolou um ofício à diretoria da Rumo, solicitando prazo de um ano para desocupação da área. "É o tempo que precisamos para desalojar e procurar um destino para os trabalhadores, pois são mais de 150 famílias que dependem exclusivamente desse trabalho. Contamos com a complacência da empresa", afirmou.
No caso da decisão judicial ele disse que, se for desfavorável, os trabalhadores irão recorrer. "Vamos até o fim, onde for possível nessa luta social".

Dema mostra relógio de água e poste de luz instalados com autorização da Prefeitura, em 2020
MOVIMENTAÇÕES
Dema disse também que a partir do próximo sábado (3), os camelôs vão iniciar um movimento de rua, fazendo bloqueios com faixas de informações e busca de apoio da comunidade.
"Estamos organizando várias ações para levar até a população o foco da nossa luta, que é pelo trabalho e dignidade".

REUNIÃO NA PREFEITURA
Uma reunião entre representantes dos camelôs no gabinete do prefeito, na segunda-feira passada (29), teve poucos resultados. O prefeito não apareceu no encontro e foi representado pelo chefe de gabinete, Levi Gomes e procuradores da Prefeitura. O vereador Marcos Rezende também participou.
A posição da Prefeitura é que praticamente nada pode fazer nessa questão, já que há uma ação ajuizada pela Rumo. Além disso, o prefeito Daniel Alonso tem "mais interesse" em executar um projeto de implantação de um parque linear com ciclovia às margens da ferrovia (entre os Distritos de Lácio e Padre Nóbrega).
O parque linear, pelo projeto, ocupará o espaço onde os camelôs estão instalados. A diferença é que para o parque linear a Rumo concedeu autorização para ocupação da área, resguardados os limites de segurança em relação ao trilhos.
"Em 2020, ano eleitoral, o prefeito até instalou relógios de água poste de luz para nós na área onde estão os boxes. Agora, não nos atende. Lamentável", reclamou Dema.


Boxes instalados na área da antiga estação ferroviária


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