Um casal acusado de envolvimento no homicídio do porteiro Marcos Rogério de Souza, 48 anos, conhecido como Marquinhos, em Marília, serão julgados pelo Tribunal do Júri. A decisão é do juiz Fabiano da Silva Moreno, da 3ª Vara Criminal do Fórum de Marília.
O CASO
Conforme os autos, Gerson de Moura, de 49 anos e Elaine Mathias, 52 anos, no dia 22 de outubro de 2015, no período noturno, na Rua Quitéria Pereira, Jardim Lavínia, zona norte de Marília, teriam envolvimento no assassinato de Marcos Rogério de Souza.
Consta na denúncia do Ministério Público Estadual, que Elaine "concorreu para o delito, induzindo e prestando auxílio moral a seu executor, Gerson". Segundo se apurou, ela conhecia a vítima, cuja residência costumava frequentar para fazerem uso de entorpecentes. Contudo, no dia dos fatos a mulher, por motivos desconhecidos, teve sua permanência no local repelida pela vítima. Desse modo, descontente com a expulsão do local, resolveu vingar-se e induziu Gerson a concretizar seu intento e atentar contra Marcos.
A vítima foi atingida com golpes de capacete na cabeça e no rosto e faleceu dias depois.
DEFESA
Em depoimento em juízo, Gerson negou participação no crime. Ele não tem antecedentes criminais. Disse que após um entrevero, foi conversar com Marcos na casa dele. Porém, estava um pouco para baixo da residência. No que desceu da moto e foi conversar com ele, Marcos veio com um negócio entre as mãos para lhe agredir. Afirmou que deu dois passos para trás e tacou o capacete nele. Foi só isso que aconteceu. Levantou Marcos do chão e começou uma discussão. Marcos correu para a casa dele, foi pegar um objeto maior para tentar furá-lo, mas não saiu de lá.
Disse que deu apenas uma capacetada. Lembrou que na hora da capacetada, sua esposa não estava do seu lado, porque não chegou vê-la e só chegou na hora que estava levantando a vítima.
Já a acusada, Elaine, disse em juízo que já respondeu processo por tráfico internacional, cumprindo a pena de 4 anos e 6 meses. Afirmou que conhecia o Marcos porque faziam uso de drogas. Então, seu marido, Gerson, foi tirar satisfação com Marcos, conversar com ele. Seu marido foi primeiro de moto e foi atrás andando a pé para ver o que ia acontecer entre eles. Chegando lá, seu marido estava levantando Marcos do chão. Questionou o que aconteceu, e Gerson disse que Marcos foi querer furá-lo e acabou jogando o capacete para pegar na mão de Marcos, para desviar da faca. Então começou a discussão de novo, "Marquinhos" sempre vinha com uma faca na mão, alguma coisa para furar, aí pulava dentro da casa dele e saia com uma outra coisa. Disse que quando chegou no local, Marcos estava tipo com um estilete, tinha algo na mão para furar. Marcos entrou na casa e saiu com uma faca, depois entrou e não saiu mais. Não chegou a ver a capacetada, porque quando chegou seu marido já estava levantando Marcos do chão.
O JUIZ DECIDIU
"Após exame das provas periciais, documentais e orais, existem elementos para a pronúncia dos acusados. Relativamente aos indícios de autoria, até aqui, têm-se que as provas orais colhidas durante a fase policial e na audiência de instrução, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, denotam a necessidade da pronúncia dos réus".
Comentários