Após os sepultamentos das três vítimas que foram assassinadas a tiros em sequência pelo agente penitenciário Eduardo de Souza Silva, de 43 anos, em Anhumas, Indiana e Regente Feijó, a Justiça decretou a prisão preventiva dele.
Foram assassinados num prazo de meia hora a agente penitenciária Solange Paula de Oliveira, de 43 anos, ex-mulher de Eduardo, o mecânico Ricardo Alexandre Massaranduba, de 49 anos, com quem o matador tinha um desentendimento comercial, e Marco César Gomes Alves, de 55 anos, outro agente penitenciário, de quem Eduardo era desafeto no trabalho.
Após os crimes, ele se entregou por conta própria à Polícia Civil, em Presidente Prudente, foi preso em flagrante e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP).
Mortes em sequência
Eduardo, após desentender-se com a ex-companheira, da qual tinha se separado havia 30 dias, a atingiu com um tiro.
Na sequência, o matador se encontrou com o mecânico quem tinha um desentendimento comercial, e também o assassinou. As duas primeiras mortes ocorreram em Regente Feijó.
Após a ação, o psicopata deslocou-se para a vizinha cidade de Anhumas, que fica a cerca de 15km de distância de Regente Feijó, procurou o desafeto no trabalho, e o baleou.
A arma utilizada nos crimes, uma pistola de calibre .40, foi apreendida, sendo de propriedade particular do assassino.
ESTACIONOU O CARRO E SE APRESENTOU NA DELEGACIA
O delegado responsável pelas investigações, Airton Guelfi, explicou a sequência dos fatos e como os crimes teriam ocorrido.
“Ele (Eduardo) depois de praticar os três homicídios, dois em Regente Feijó e um em Anhumas, acabou se deslocando para Presidente Prudente, mais especificamente à Delegacia Participativa da Polícia Civil, no Centro, e aí consequentemente se apresentou, ingressou aqui no plantão se apresentando como sendo o autor do crime, ele estacionou o carro em frente à delegacia e, com isso, tomamos todas as medidas necessárias para a prisão dele, em flagrante delito”, explicou.
“O suspeito conta, e acaba sendo confirmado também por outras provas que a gente coletou durante os trabalhos, que, pela manhã, ele teve uma discussão com uma ex-mulher, já faziam 30 dias em que eles estavam separados, ele teve uma discussão envolvendo o imóvel, um terreno que tinham juntos, e posteriormente, a discussão evoluiu para o óbito. A morte da primeira vítima aconteceu na própria residência dela”, esclareceu o delegado.
“Na sequência, ele (o assassino) sai da residência da mulher e, trafegando pelas ruas de Regente Feijó, acaba encontrando um desafeto que, segundo ele, era um desafeto antigo, teve um problema com uma prestação de serviços, então, decide ali, no momento de raiva, seguir o homem. Quando a vítima estaciona o veículo para desembarcar e começar o dia de trabalho junto a uma conveniência, o homem acaba chamando a atenção dele e também realiza disparos sem que pudesse dar qualquer possibilidade de defesa para a vítima”, apontou Guelfi.
“Terminando essa atividade, o envolvido segue o caminho ainda pela cidade, e aí ele se recorda de outro desafeto, mas agora relacionado ao trabalho dele, e então decide seguir para Anhumas. Lá, agindo da mesma forma, a vítima estava no interior de sua residência, foi chamada pelo homem e, quando ela se aproxima do carro do suspeito, o envolvido ainda dentro do veículo realiza disparos, três disparos, contra esse terceiro homem”, concluiu o delegado.
Conforme Guelfi, o homem teria pensado em cometer suicídio após os assassinatos.
“O suspeito relata que, durante o deslocamento em Anhumas, ele pretendia retornar para Regente Feijó e, nesse período, ele manteve contato com um parente que, durante o contato telefônico, acaba convencendo o envolvido a não realizar qualquer tipo de ato contra a própria vida, o suicídio. Na sequência, ele decide vir para Presidente Prudente para se entregar”, relatou.
Arma
De acordo com o delegado, durante o deslocamento para a delegacia, o homem resolveu tentar se desfazer da arma, motivado pelo fato de que, chegando ao local, poderia acontecer algum tipo de problema com ele, como troca de tiros.
“Então, o homem decidiu arremessar a arma de fogo em um matagal, mas, quando ele chega, já sendo entrevistado pela polícia a respeito dos fatos, relata pontualmente onde ele teria descartado a arma de uso particular”, enfatizou Guelfi.
Feminicídio
O delegado ainda afirmou que “o primeiro caso, envolvendo a primeira vítima, é um caso clássico de feminicídio". "Os outros dois outros também são homicídios duplamente qualificados, pela dificuldade de defesa e até mesmo pela questão da motivação do envolvido”, detalhou.
Comentários