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Por Adilson de Lucca

Marília tem quase 10 mil mulheres a mais que homens, aponta IBGE


Novos dados do Censo de 2022 divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que Marília tem 9.895 mulheres a mais que homens.

Pelos dados, são 113.866 homens e 123.761 mulheres aqui na cidade. Outro dado divulgado é que a idade mediana no município é de 37 anos.

NO PAÍS

A população brasileira é formada por 104,5 milhões de mulheres (51,5%) e 98,5 milhões de homens (48,5%), segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (27). A diferença, estimada em 6 milhões de habitantes, é 52,6% maior do que a apurada em 2010, quando o Brasil tinha 3,9 milhões a mais de residentes do sexo feminino.

Conforme os números, apenas os estados do Acre, Tocantins, Roraima e Mato Grosso têm mais homens do que mulheres. Por outro lado, o Rio de Janeiro é o estado com maior proporção de habitantes do sexo feminino, com 89,4 homens para grupo de cem mulheres.

O levantamento mostra que a idade mediana do brasileiro passou de 29 anos em 2010 para 35 anos em 2022.

Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Em 2022, o Brasil registrou também o maior salto de envelhecimento entre dois censos desde 1940, passando a ter 55 idosos para cada 100 jovens. A tendência do país, portanto, é ter cada vez menos jovens e cada vez mais idosos — transição que aumenta os desafios para a economia brasileira. Na prática, quanto mais a população envelhece, menor é o número de pessoas em idade ativa. Esse movimento altera a dinâmica produtiva e causa reflexos no mercado de trabalho e no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços. E, principalmente, sobrecarrega a Previdência e a saúde pública. (entenda abaixo) Medidas estruturais Para economistas, o Brasil precisa aplicar medidas estruturais e de longo prazo para sustentar o envelhecimento populacional. A avaliação, no entanto, é que o país ainda demora a agir. Nós estamos sempre atrasados. Não fizemos as reformas quando o país era mais jovem, e não fizemos quando começou a envelhecer. Mudanças demográficas são mais previsíveis. Se conseguimos prever, deveríamos agir de maneira mais adequada. — Luis Eduardo Afonso, professor da USP e especialista em Previdência Para Luis Eduardo Afonso, da USP, a reforma da Previdência aprovada em novembro de 2019 foi essencial, mas não o suficiente. Ele aponta que o texto deixou pontos importantes em aberto — e que precisarão ser revisados nos próximos anos. A principal falha, segundo ele, seria justamente a exclusão de um trecho relacionado ao envelhecimento da população. O ponto vetado estabelecia o aumento automático da idade de aposentadoria conforme o aumento da expectativa de vida dos brasileiros. "Essa precisa ser uma regra automática", diz. "É um sistema já aplicado em países da Europa." O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, aponta que outro desafio está no orçamento público. Ele lembra que, desde a Constituição Federal de 1988, diversos gastos estão engessados — ou seja, com destino obrigatório —, o que aumenta os desafios quando o país precisar destinar mais recursos para Previdência e Saúde. Temos que fazer uma mudança estratégica de longo prazo, e não esperar que uma nova rodada de aumento da taxa de desemprego nos obrigue a tomar decisões precipitadas. — André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica Galhardo lembra que, antes da reforma da Previdência em 2019, houve uma forte crise do mercado de trabalho e o consequente desequilíbrio do orçamento previdenciário em 2015 e 2016. Naqueles anos, o PIB brasileiro teve queda de mais de 3%. "Agora nós temos um cenário relativamente melhor. Então, não devemos esperar o próximo ciclo negativo para adotar medidas. Caso contrário, certamente seria uma decisão de curto prazo e que iria expor a população mais carente", continua.



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