A enfermeira-chefe do Pronto Atendimento (P.A) da Zona Sul, em Marília, Maria Ângela Rodrigues de Almeida Souza, registrou por volta das 14h desta quinta-feira (1°), um Boletim de Ocorrência na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília, onde figura como investigado o vereador e agente federal Júnior Féfin (PSL).
O registro da ocorrência é desmembramento de episódio ocorrido por volta das 1hh da manhã de hoje no P.A Sul, envolvendo o vereador. Logo após a confusão, o presidente da Câmara de Marília, Marcos Rezende (PSD), esteve pessoalmente no local, conversou com a enfermeira-chefe e outros profissionais que atuam no P.A e gravou um vídeo ao vivo com relatos sobre o que teria ocorrido por lá. O JP tentou contato com o vereador Féfin, mas a ligação caiu na caixa postal e não houve retorno.
RELATOS DA ENFERMEIRA NO B.O
Acompanhada de uma advogada, Maria Ângela relatou ao delegado Pedro Luiz Vieira Machado "que enquanto exercia suas funções, por lá chegou o vereador/policial federal Júnior Féfin, acompanhado de um assessor, o qual estava com uma aparelho celular nas mãos.
Assim, segundo a vítima, o referido vereador iniciou o contato se apresentando como "o vereador agente federal", que estava fiscalizando unidades de saúde que estariam com "situação ruim" e que queria saber o que estaria faltando, exemplificando medicamentos.
A vítima informou que nada estaria faltando, pois sempre que informou eventuais ao secretário da Saúde, foram prontamente atendidos. O citado vereador, então, em tom agressivo, disse que os medicamentos que estariam sendo ministrados aos pacientes estavam vencidos e ainda, no mesmo tom agressivo, afirmou que a vítima estaria se recusando a fornecer informações, dizendo também que: "Por isso estão morrendo tantos pacientes".
Fazendo uso de celular, o referido vereador ainda teria insinuado que funcionários daquele estabelecimento de saúde estariam "matando os pacientes".
A vítima intercedeu, pediu para que a gravação parasse, pois não autorizava expor sua imagem, tentou encobrir a lente do celular, mas com movimento de braço, o vereador investiu contra a vítima empurrando a e dizendo que ela deveria "se explicar também ao Ministério Público".
A vítima afirmou não ter sofrido nenhum tipo de ferimento em razão dos fatos noticiados.
Diante de tais circunstâncias e em caráter sumaríssimo, delibera a autoridade plantonista pelo registro dos presentes fatos, expedindo comunicação à Delegacia Seccional de Polícia Civil, sendo esclarecido a vítima quanto a necessidade de apresentação de queixa-crime no prazo decadencial de seis meses, assim como o oportuno rol de testemunhas. Em tempo: relata a vítima que o citado vereador forçou entrada na ala restrita a pacientes da Covid, sendo impedido pelos seguranças, apesar de muito forçar".
Parte dos relatos da enfermeira no Boletim de Ocorrência